Matança em Manchester
O combate ao jihadismo diz
respeito a todos
O
fato de que o Estado Islâmico tenha escolhido crianças e adolescentes, que
acabavam de assistir ao show da cantora favorita, como vítimas de sua mais
recente carnificina mostra de novo — pois o grupo já havia dado diversas provas
disso — que, para o jihadismo, os limites morais simplesmente não existem. E
que se trata de um inimigo que não merece, partindo da mínima decência
democrática, nenhuma compreensão ou justificativa.
A
matança cometida em Manchester na noite de segunda-feira tem um único e claro
responsável: uma ideologia assassina que, escondendo-se covardemente atrás da
religião, não tem outro objetivo a não ser o de terminar com as sociedades mais
livres — e, por isso mesmo, mais prósperas — do planeta. Sociedades que são
depositárias de valores de convivência, colaboração e reconhecimento individual
a que aspiram, de maneira legítima, milhares de pessoas escravizadas nas
regiões da África e da Ásia controladas pelo radicalismo islâmico.
Ante
um inimigo desse calibre, as democracias devem agir da única maneira possível:
colaborando sem fissuras entre si e garantindo a vigência do sistema de
liberdades tão odioso para os que são capazes de assassinar menores de idade,
queimar vivos seus prisioneiros e defenestrar os que consideram impuros.
É
fundamental não cair no desânimo nem numa frustração que exija soluções rápidas
e efetivas a qualquer preço. Existem pedágios que as democracias não podem
pagar para continuarem sendo consideradas como tais. Devemos ser conscientes de
que se trata de um combate que diz respeito a todos e que, do mesmo modo que
todos os cidadãos são alvos do jihadismo, sua fé na democracia e na liberdade é
a arma mais eficaz para derrotá-lo. Expressamos aqui nossa solidariedade e
apoio ao povo britânico neste momento tão difícil. Prevaleceremos ante a
barbárie.
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/23/opinion/1495560740_050183.html
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